Desbravando Territórios: A Luta das Mulheres Brasileiras na Advocacia Criminal em Portugal

A advocacia criminal em Portugal ainda é uma área pouco explorada pelos mais de três mil advogados brasileiros que decidiram se estabelecer no país. Dentre esses profissionais, apenas uma minoria é formada por mulheres dispostas a atuar nesse ramo, em grande parte devido à complexidade dos casos e ao desafio de lidar com o sistema prisional, conhecido por sua adversidade.

Para mudar esse cenário, uma iniciativa está sendo promovida com o objetivo de capacitar mais profissionais na área do direito criminal. A proposta inclui a criação de um centro de estudos voltado para a formação de advogados, oferecendo cursos técnicos e uma sede física onde seja possível aprofundar o aprendizado. A ideia é proporcionar um espaço que possibilite a realização de pós-graduações, mestrados e MBAs, permitindo um ensino mais robusto sobre a advocacia criminal.

Atualmente, há um déficit de especialistas na área criminal em Portugal. Muitos advogados brasileiros que estão credenciados a atuar no país acabam optando por áreas como o direito migratório, que quando comparado à advocacia criminal, parece mais acessível e menos intimidadora. Para as mulheres, a situação é ainda mais desafiadora, com uma presença significativa reduzida nesse segmento.

As principais demandas na advocacia criminal estão relacionadas a casos de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios. Um dos objetivos dos cursos planejados é ajudar as mulheres a se sentirem mais confiantes em entrar nesse campo. Já foram realizados seminários e debates que abordam temas como violência doméstica e abuso sexual, assuntos relevantes que precisam ser discutidos no contexto da advocacia criminal.

Além dos cursos de formação, também há planos para oferecer preparatórios para concursos públicos relacionados a vagas na Polícia Judiciária e na Polícia de Segurança Pública. Essa abordagem visa incentivar ainda mais a participação feminina nesses espaços, que historicamente têm sido dominados por homens.

Os novos cursos contarão com certificação reconhecida na União Europeia, garantindo que a formação oferecida seja valorizada e respeitada. A percepção geral é de que ainda há um amplo mercado para advogados na área criminal, tanto para brasileiros quanto para portugueses, que também enfrentam dificuldades em encontrar profissionais especializados neste ramo.

Assim, a proposta de criação deste centro de estudos visa não só a capacitação técnica, mas também a promoção de uma maior inclusão e diversidade na advocacia criminal, encorajando mulheres a encontrarem seu espaço e a se sentirem mais confortáveis em atuar em um campo desafiador, mas fundamental para a justiça.

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