
Clube Sergipano Lança Batalha Judicial para Se Libertar das Apostas: O Que Isso Significa para o Futuro?
Nos últimos anos, as apostas esportivas têm se tornado uma presença marcante no cenário esportivo brasileiro, principalmente no futebol. Essa tendência se reflete em patrocinadores que promovem essas plataformas e iniciativas publicitárias voltadas para o público apostador. No entanto, nem todos os clubes veem essa prática com bons olhos. Um exemplo disso é o América Futebol Clube, de Sergipe, que decidiu recorrer à Justiça Federal para proteger sua imagem e a de seus jogadores. O clube entrou com uma ação contra a União Federal e o Ministério da Fazenda, buscando impedir que as casas de apostas utilizem seus nomes e logotipos sem autorização.
O América FC argumenta que as casas de apostas, ou “bets”, não possuem os padrões éticos e morais que o clube prioriza. De acordo com a petição, a utilização de sua imagem e a de seus atletas nas plataformas de apostas ocorre sem a devida autorização, o que levanta preocupações sobre o uso indevido de direitos de imagem. Embora a justiça tenha negado uma medida liminar que buscava a imediata retirada dos nomes das casas de apostas, o processo ainda será julgado em sua totalidade.
Na legislação brasileira, o direito à imagem é protegido pela Constituição e abrange tanto pessoas físicas quanto jurídicas. Essa proteção pode ser renunciada, mas isso requer um contrato formal que possibilite a cessão. A questão central será determinar se o América FC concordou com tal cessão. Caso contrário, a utilização não autorizada pode resultar em indenização.
Os debates sobre o uso dos nomes dos clubes pelas casas de apostas são complexos, envolvendo aspectos de propriedade intelectual e direitos de imagem. Embora as casas de apostas usem os nomes dos clubes e atletas, isso é feito apenas para informar os apostadores sobre suas opções. O advogado especializado em direito do esporte ressalta que essa prática não equivale à utilização dos símbolos e logotipos, que requerem autorização explícita.
O ex-presidente do América FC, Joaquim Feitosa, destacou a necessidade de proteger o clube contra possíveis manipulações e irregularidades, referindo-se a um problema anterior que afetou a equipe em 2022. Ele enfatizou que, embora as apostas estejam regulamentadas, o clube não está recebendo compensação financeira e acredita que não faz sentido expor sua imagem sem retorno.
Dentre os pedidos do América FC na ação, destacam-se a solicitação para que seus nomes e símbolos não sejam utilizados por casas de apostas, a convocação da União para participações futuras nas deliberações e a reivindicação de justiça gratuita, devido à sua condição econômico-financeira.
Esse caso ilustra as preocupações enfrentadas por clubes em relação ao crescimento das apostas esportivas e o uso de suas imagens, destacando a necessidade de um diálogo claro e regulamentado entre as partes envolvidas. O desfecho dessa ação poderá influenciar como as casas de apostas operam no Brasil, além de impactar a forma como os clubes gerenciam e protegem sua identidade e direitos de imagem.
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