Papa Francisco, ainda cardeal, foi o grande aliado de cearense em projeto de mestrado em Direito!

Na última segunda-feira (21), a notícia do falecimento do papa Francisco trouxe à memória do professor cearense José Luís Lira momentos marcantes de sua trajetória. Durante 12 anos, ele teve uma relação especial com Jorge Mario Bergoglio, que se tornou papa em 2013 e que foi uma figura influente na formação acadêmica de Lira.

Atualmente, Lira é doutor em Direito Canônico e professor universitário, mas, em 2013, ele era um estudante de Mestrado em Direito Processual Constitucional em Buenos Aires, onde Bergoglio exercia o cargo de arcebispo. Inicialmente, seu projeto de pesquisa focava na liberdade religiosa, e, sem conhecê-lo, foi aconselhado por seus professores a buscar a orientação de Bergoglio.

Após participar de uma missa, Lira teve a oportunidade de se encontrar com o cardeal. Durante essa conversa, Bergoglio fez várias perguntas e apresentou objeções ao trabalho de Lira, que acabou se afastando do tema original. Com um novo enfoque, Lira recebeu um apoio mais positivo em seus próximos encontros.

Um dos momentos memoráveis ocorreu antes do Carnaval de 2013, quando Bergoglio brincou com Lira sobre os perigos de se distrair no Rio de Janeiro durante seus estudos. Durante suas conversas, ele elogiu Dom Hélder Câmara, um importante líder religioso brasileiro. Naquele período, a renúncia do papa Bento XVI ocorreu, levando à eleição de Francisco, sem que Lira soubesse que seu mentor seria eleito.

Após a eleição papal, Lira tentou contatar Bergoglio, mas foi informado de que ele havia viajado a Roma. O cardeal havia deixado um bilhete prometendo atendê-lo em sua volta, o que não ocorreu, pois Bergoglio se tornou Francisco e iniciou seu pontificado. Descrevendo Francisco, Lira menciona que ele era uma pessoa de atitudes firmes, mas simples, e sua influência foi fundamental em sua vida e estudos.

Em visita a Roma, Lira teve a alegria de compartilhar com Francisco que sua tese havia sido aprovada, e o papa lhe enviou bênçãos para seus pais. Um momento especial que Lira sempre lembrará é quando recebeu um rosário muito bonito, dado por Francisco como um gesto de apreço por sua pesquisa sobre Santa Maria Madalena, cuja memória litúrgica foi elevada a festa pela Igreja.

Lira também compartilhou com Bergoglio suas observações sobre as semelhanças entre Nossa Senhora de Luján e a Virgem de Aparecida, sugerindo um estudo sobre essa conexão, o que despertou o interesse do cardeal. Essa relação com o papa refletiu uma série de correspondências ao longo de uma década, onde Lira percebeu que, tanto em seu papel de cardeal como de papa, Bergoglio manteve seus princípios e dedicação à paz.

Para Lira, o legado de Francisco é profundo. Desde o início do pontificado, o papa destacou a importância da paz, e sua preocupação com guerras e refugiados mostrava seu comprometimento com a mensagem de amor que propaga. Com a morte do papa, Lira enfatiza que ele não partiu; pelo contrário, ele ressuscitou junto com Cristo, deixando um legado inspirador para todos.

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