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Estelionato Intelectual: O Caso da Consultoria e a JBS
Uma empresa de consultoria de Belo Horizonte envolveu-se em uma polêmica ao tentar agregar a JBS como devedora em um processo de execução de dívida contra uma usina de álcool que estava falida. Para justificar seu pedido, a consultoria apresentou um agravo baseado em alegações de quatro precedentes, sendo três do Superior Tribunal de Justiça e um do Tribunal de Justiça de São Paulo. No entanto, o grande problema é que todos esses precedentes eram fictícios.
O tribunal paulista, após análise, decidiu penalizar a consultoria por litigância de má-fé, aplicando uma multa equivalente a 8% do valor da dívida reconhecida. Além disso, a consultoria terá que arcar com os honorários da parte que venceu o processo. O caso também será encaminhado à Ordem dos Advogados do Brasil, que tomará as medidas adequadas.
O incidente jurídico começou quando a consultoria solicitou a desconsideração da personalidade jurídica da Tinto Holding, controladora da usina falida, fundamentando-se na existência de confusão patrimonial. Esse pedido esteve ligado à incorporação do frigorífico Bertin pela JBS, a qual originou a Tinto Holding.
Em uma decisão anterior, o Tribunal de Justiça de São Paulo já havia negado a inclusão da JBS como devedora. A consultoria argumentava que uma sentença de 2018, que reconheceu a confusão patrimonial em relação à Tinto Holding, deveria ser aplicada de forma semelhante nesse caso.
No agravo, a consultoria tentou basear sua argumentação em um suposto acórdão da 1ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP. No entanto, todos os precedentes citados eram fictícios, a começar pela inexistência da desembargadora mencionada e a falta de relação dos números de processos apresentados com qualquer ação real em trâmite.
As alegações da consultoria, portanto, foram tratadas como desonestas, o que resultou na gravidade do caso. O desembargador relator destacou que as referências a precedentes inexistentes demonstram uma conduta temerária e de má-fé, pois buscavam validar uma tese sem fundamento.
No final das contas, o episódio evidencia não apenas a necessidade de seguir as regras do direito, mas também a importância da honestidade nas práticas jurídicas. O estelionato intelectual, como foi denominado, sublinha as consequências enfrentadas por quem tenta manipular informações para benefício próprio. A integridade e a transparência são fundamentais no meio jurídico, e ações como essa geram sanções severas em busca de justiça e preservação da confiança no sistema.