
Alerta: STF Está Desconstruindo o Direito do Trabalho! Entenda o Que Isso Significa
Nos últimos anos, o Brasil tem presenciado um aumento crescente em situações que envolvem a terceirização, a pejotização e a supressão do reconhecimento de vínculos de emprego. Decisões da Justiça do Trabalho que favorecem os direitos dos trabalhadores têm sido frequentemente revertidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), gerando um debate acalorado sobre esses temas.
Especialistas em Direito Laboral observam que, desde a década de 1990, várias legislações e decisões judiciais têm contribuído para a precarização dos direitos trabalhistas. No entanto, as mudanças atuais no STF, segundo alguns juristas, são sem precedentes na história do Direito do Trabalho no Brasil. Um dos pontos mais controversos é a recente autorização da prática da terceirização em todas as atividades produtivas, além da legalização de jornadas de trabalho extenuantes, como a escala de 12×36, algo considerado ultrapassado por muitos especialistas.
Adicionalmente, o STF tem afirmado que convenções coletivas podem prevalecer sobre a legislação trabalhista, mesmo que resultem em condições de trabalho inferiores às previstas pela lei. Esta flexibilização é vista como uma afronta aos direitos dos trabalhadores, que são resultado de décadas de luta e conquista de garantias essenciais.
A pejotização, prática que consiste na formalização de trabalhadores como pessoas jurídicas para, supostamente, evitar vínculos empregatícios, tem sido um tema central em discussões jurídicas. Essa estratégia, frequentemente utilizada por empresas, visa burlar a legislação trabalhista e se configura como um risco para os direitos dos trabalhadores, que ficam sem garantias como férias e 13º salário. Diversos profissionais, incluindo médicos, jornalistas e comerciantes, são afetados por essa prática, que dilui a realidade do vínculo de emprego.
O problema se agrava pela crescente frequência das chamadas reclamações constitucionais, que asseguram a autoridade do STF em situações onde suas decisões são desrespeitadas. Desde a reforma trabalhista, em 2017, houve uma intensificação desses recursos, majoritariamente apresentados por empregadores. Para muitos juízes, a pejotização está entre os tópicos mais recorrentes nesses processos.
Além disso, a nova abordagem do STF em relação aos direitos trabalhistas reflete uma mudança de postura, onde, em lugar de proteger os direitos dos trabalhadores, algumas decisões têm promovido uma desconstrução desses direitos. Essa transformação é vista com preocupação, uma vez que coloca em risco garantias fundamentais que os trabalhadores conquistaram ao longo dos anos.
À luz deste contexto, as futuras decisões do STF sobre o reconhecimento de vínculos empregatícios, especialmente em casos que envolvem plataformas digitais, prometem impactar ainda mais o cenário trabalhista. A maneira como o país lidará com as relações de trabalho em um ambiente cada vez mais digitalizado e fragmentado será crucial para definir o tipo de sociedade que se quer construir: uma onde o trabalho seja uma fonte de integração e dignidade ou um espaço de insegurança e precarização. Este é um dilema que continuará a desafiar a sociedade brasileira nos anos vindouros.