
Trotes no Direito: A Impactante Opinião de Especialista que Alerta sobre Negligência e Imprudência!
A presidente da comissão de graduação da Faculdade de Direito da USP, Nina Ranieri, expressou sua indignação com os recentes vídeos de trote que circulam na internet, nos quais calouros aparecem em situações constrangedoras. Nos vídeos, veteranos aparam uísque na boca dos calouros, forçando-os a se ajoelhar em um ritual que, segundo Ranieri, ultrapassa os limites do que é aceitável.
A professora destaca a importância de comemorar a entrada na universidade, mas reforça que isso deve ocorrer de maneira responsável e segura. “O trote faz parte, mas deve ser conduzido sem negligência ou imprudência. Estudantes de Direito, em particular, devem estar cientes disso”, afirma. Vale mencionar que Ranieri foi uma das responsáveis pela proibição de trotes violentos na instituição, uma norma criada em resposta a incidentes trágicos no passado.
Os vídeos em questão mostraram uma festa de recepção aos calouros, onde os veteranos se dirigiam aos novatos com frases como “Ele só aguenta isso?” enquanto despejavam bebida em suas bocas. A dinâmica revela uma relação de poder e submissão, algo que preocupou a professora.
O grupo de rugby da faculdade, ao qual alguns dos veteranos pertencem, declarou que não apoia o comportamento observado. Através das redes sociais, afirmaram que as ações dos indivíduos não refletem a ética do time e que qualquer atitude imprópria foge do contexto esportivo.
A educadora especializada em estresse traumático, Carolina Campos, compartilha uma visão semelhante, referindo-se ao trote como uma forma de violência. Ela aponta que, apesar de os calouros parecerem consentir com o que acontece, essa “consentimento” muitas vezes é motivado pelo desejo de aceitação social, o que pode gerar um ambiente de bullying para aqueles que não se adequam.
Campos explica que a maturação cerebral dos jovens pode se estender até os 24 anos, e isso afeta a capacidade de tomar decisões adequadas. Essa fase de formação deve ser respeitada, pois muitos jovens são tratados como se já fossem adultos, mesmo em contextos onde ainda não têm a maturidade necessária para lidar com pressões sociais.
A especialista acredita que a cultura do trote, que frequentemente inclui constrangimentos, precisa ser reconsiderada. A violência, embora muitas vezes banalizada e normalizada, pode ter consequências graves, perpetuando ciclos de agressão e aceitação de comportamentos inadequados.
Por fim, a discussão em torno do trote na universidade ressalta a necessidade de um diálogo mais profundo sobre a recepção aos calouros e a construção de um ambiente universitário seguro e respeitoso, que valorize a integridade de todos os estudantes.